A polêmica com a capivara Filó e o tiktoker Agenor Tupinambá, que conseguiu a tutela provisória do animal após precisar entregá-lo ao Ibama (Instituto Nacional do Meio Ambiente), trouxe a lembrança em muitas pessoas de uma expressão muito usada nos meios jurídico e policial. Fala-se “puxar a capivara” ou “levantar a capivara” em referência à busca dos antecedentes criminais de alguém ou ainda sobre a tentativa de descobrir fatos do passado de uma pessoa, de forma genérica.
A origem da expressão é alvo de muitas dúvidas nesses meios (jurídico e policial) e diversas teorias são apresentadas. Uma das teses mais comuns é que a expressão seria uma referência à época em que a caça da capivara era permitida. Como o animal vive em áreas de rios e lagos, era caçado com frequência durante a noite, quando os caçadores podiam se esconder. Eles conseguiam ver apenas os olhos do animal sobre a superfície da água, e só conseguiam ver o que realmente tinham conseguido capturar quando puxavam cordas e ganchos que eram usados.
Essa é uma das teorias apresentadas pelo doutor em Direito e professor universitário Renato Bernardi, em artigo em que cita manifestações de leitores do site Migalhas, da área jurídica. Também são citadas outras ideias, como a relação com a pele da capivara, que é espessa e áspera, assim como seria a ficha criminal, no sentido figurado.
Outra tese é sobre uma forma comum de falar no interior de São Paulo. Quando alguém era preso em cidades menores, falava-se que era necessário consultar a “Vara Criminal” da justiça da capital para saber sobre os antecedentes. A expressão teria sido adaptada para “puxar a vara” e, com o tempo, “puxar a capivara”.
O início exato do uso do termo que faz alusão ao simpático animal, aparentemente, continuará sendo um mistério.
Créditos: R7