MT: Horta em unidade prisional auxilia na ressocialização e complementa refeição de entidades filantrópicas

Espaço de dois hectares produz o ano todo, com uma média diária 60 pés de alface, couve e rúcula

Acompanhado desde 2021 pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) na produção de hortaliças e verduras, o Centro de Detenção Provisória de Pontes e Lacerda (a 440 km de Cuiabá) doa parte dos alimentos a entidades filantrópicas do município e ajuda na ressocialização dos reeducandos.

O espaço de dois hectares produz o ano todo, com uma média diária 60 pés de alface, couve e rúcula, e, dependendo do período de estiagem ou chuva, tem ainda abobrinha, jiló, quiabo e outras culturas.

A atividade é fruto de parceria da Empaer com o projeto Recupera, desenvolvido pelas servidoras Luana Suellen Souza Bornaghi e Mônica Carolina Juliano Pinto, educadora física e psicóloga, respectivamente. Sete reeducandos, selecionados após analise de critérios como comportamento, habilidades e perfil para trabalhos manuais com a terra, participam do projeto.

Na unidade, o trabalho é acompanhado pela extensionista da Empaer Loana Longo, que identificou, inicialmente, a necessidade de analisar o solo e corrigir os nutrientes para maior produtividade na horta.

“Foi um trabalho de formiguinha, desde a correção do solo, os tipos de substratos e identificar os tipos de hortaliças. Em poucos meses já era perceptível o avanço. Desde o início acompanho de perto, auxilio, oriento e corrijo possíveis erros”, explica.

A extensionista destaca que, com a atuação na horta, os reeducandos aprendem diversos aspectos do trabalho com hortaliças, e, assim, desempenham uma atividade que pode se transformar em profissão quando terminarem o cumprimento da pena.

Além de aprenderem uma nova atividade, os reeducandos também contribuem com a comunidade, uma vez que parte da produção é doada para instituições beneficentes.

“Tudo que produzimos consumimos nas refeições ou doamos a entidades filantrópicas. Uma parte também comercializamos para pagar os custos na manutenção e aquisição de adubo e produtos necessários na horta. Na venda, temos uma parceria com o Conselho da Comunidade. O valor arrecadado é usado totalmente para compra dos produtos necessários para a horta”, ressalta Luana Bornaghi.

Ainda conforme Luana, a média diária de produção é de 60 pés de verduras. Entretanto, em determinadas épocas do ano, a unidade chega a produzir 100 pés de verdura por dia.

“Somo procurados pelas instituições interessadas que formalizam a necessidade. Ajudamos o Lar do Idoso, Santa Casa, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), entre outras. Produzimos muitos e nada melhor que ajudar o próximo e ainda proporcionar a pessoas privadas de liberdade uma atividade que o auxilia a passar o tempo e aprender um oficio”, finaliza Luana.

 

Por Portal de Notícias SESP-MT