Dois homens foram condenados a 70 anos de prisão (somadas as penas) pela morte da vítima Luziane Ferreira da Silva. A mulher morreu enquanto “pregava a palavra de Deus” para membros de uma facção local, em Fortaleza. Junto a ela estavam outras mulheres, que faziam curativos no proprietário de um bar. Uma das mulheres também foi atingida pelos disparos de arma de fogo, mas sobreviveu.
Renan Pereira da Silva e Alfelison do Nascimento Freitas foram julgados na 3ª Vara do Júri, no último dia 4 de abril. Renan foi sentenciado a 30 anos e oito meses de reclusão, sendo 19 anos e três meses pelo homicídio, seis anos e cinco meses pela tentativa de homicídio e cinco anos pela organização criminosa. Teria sido ele o mandante da ação criminosa, que tinha como verdadeiros alvos membros de uma organização rival.
Alfelison do Nascimento é apontado pela acusação como um dos executores. “Praticou crime de homicídio qualificado na forma consumada para uma vítima e tentada em relação às outras cinco vítimas, além da prática do crime de participação em organização criminosa, com emprego de arma de fogo. Alfelison foi condenado a 40 anos e três meses de reclusão, sendo a 13 anos e nove meses pelo homicídio, quatro anos e sete meses por cada homicídio tentado e quatro anos e seis meses por participação em organização criminosa”, conforme a decisão.
Ambos acusados devem cumprir inicialmente em regime fechado
“Denego aos réus o direito de recorrer em liberdade, o que faço em parte diante da gravidade concreta dos fatos trazidos a este julgamento, mas tanto e também porque evidencia-se à saciedade o risco que correrá a ordem pública acaso sejam devolvidos à liberdade antes do trânsito em julgado da presente decisão; restam verificadas a periculosidade e a contrariedade da soltura ao mais sensível interesse público”, disse o juiz da 3ª Vara do Júri.
COMO O CRIME ACONTECEU
Consta na denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) que no dia 17 de maio de 2017, “a vítima estava professando sua fé na frente de um bar, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, quando um carro parou e quatro pessoas desembarcaram efetuando disparos de arma de fogo”.
“A mulher foi atingida nas costas e não resistiu, enquanto as outras vítimas correram. Ainda assim, dois homens foram atingidos na perna e na costela. O crime teria ocorrido por briga de território entre facções criminosas e o alvo seria um dos sobreviventes do atentado”
MPCE
Alfelison é quem estaria conduzindo o carro. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) ressaltou que a pena dos réus foi agravada pelas qualificadoras da impossibilidade de defesa da vítima e do emprego de meio que resultou em perigo comum.
Por Diário do Nordeste