A Controladoria Geral de Disciplina (CGD) disse que instaurou procedimento disciplinar a fim de apurar os fatos existentes “acerca de um suposto golpe financeiro”
Um bombeiro militar é investigado por supostamente fazer vítimas por meio do ‘golpe da pirâmide’. A reportagem do Diário do Nordeste apurou que o crime de estelionato vem sendo cometido há quase dois anos e já teria resultado em um prejuízo milionário às vítimas.
O agente da Segurança Pública do Ceará, de nome preservado neste momento, se aproximava das vítimas propondo parceria para comércio de eletrônicos em uma loja virtual. Ao ganhar a confiança dos ‘parceiros’ fazia compras nos cartões de crédito deles e, depois desaparecia, sem pagar faturas e repassar lucros das vendas.
O caso já é de conhecimento da Polícia Civil do Ceará e da Controladoria Geral de Disciplina do Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Por nota a CGD disse que foi instaurado procedimento disciplinar a fim de apurar os fatos existentes “acerca de um suposto golpe financeiro envolvendo o bombeiro militar”.
DETALHES DO GOLPE
A reportagem conversou com uma das vítimas que prestou Boletim de Ocorrência denunciando o agente por estelionato. Segundo ela, em poucos meses teve prejuízo que ultrapassou os R$ 100 mil.
Tudo começou ainda em 2021. O suspeito teria proposto à vítima negócio a partir de uma uma loja virtual no Instagram para venda de eletrônicos que seriam de propriedade do bombeiro.
À vítima foi ofertada a possibilidade de investir capital financeiro na loja. Consta em depoimento que, “como ela não tinha o valor em espécie, o suspeito ofereceu que investisse então limite nos cartões de crédito: deixaria os cartões com o amigo e ele ficava responsável por comprar os eletrônicos, em sua maioria iPhones, notebooks e smartwatches”.
A promessa do bombeiro era de que todos os meses repassaria parte dos lucros e ficaria responsável pelo pagamento das faturas dos cartões.
O QUE DIZ A SUPOSTA VÍTIMA
“Durante três meses, o negócio funcionou. Comecei a ser chamado de sócio. Nesses primeiros meses meses já eram R$ 80 mil investidos. Em abril de 2022, ele começou a atrasar os pagamentos. Não repassava os lucros, mas ainda pagava as faturas”, conta a vítima.
A situação durou mais alguns meses até o suspeito descobrir que a prática também acontecia com outras pessoas.
“Ele se utilizava de várias desculpas para justificar a situação. Fui compreensivo por muito tempo, mesmo se tratando de um valor consideravelmente alto. Tentei resolver com ele de todas as formas, ofereci ajuda, aconselhei, mas, o que ele estava fazendo na verdade, era ganhando tempo, sempre vindo com desculpas e promessas, até que ele parou de pagar os cartões totalmente, parou de atender minhas ligações e de responder mensagens no whatsapp, ou seja, desapareceu e deixando um prejuízo enorme, tanto financeiro como psicológico”
VÍTIMA
“Além da negativação do meu nome que aconteceu há alguns dias e todos os problemas que sei que vou ter que encarar de agora em diante por decorrência dessa enganação. Tudo leva a crer que ele arquitetou tudo desde o início. Tentei resolver de todas as formas amigáveis e ele sempre inventando histórias sem nexo para me enganar. Quero que ninguém passe o que eu estou passando. Mesmo com medo, estou buscando justiça para minha família”, alerta o homem, de identidade preservada.
Créditos: Diário do Nordeste